quinta-feira, 25 de junho de 2009

Efeito Estufa


Você já pensou porque o interior do carro com os vidros fechados se aquece tão rapidamente? O sol emite radiações em todos os comprimentos de onda, mas a maior parte está dentro da faixa da luz visível (de 380 a 750 nm – Figura 1), que passa pelo vidro para dentro do carro. Parte dessa energia é absorvida pelos materiais no interior do carro e parte é refletida de volta. Essa energia refletida é a radiação infravermelha (de 4 a 40 µm), que por ter um grande comprimento de onda não passa pelo vidro, ficando aprisionada. Sendo assim fica fácil deduzir que haverá um armazenamento de energia dentro do carro provocando um aumento na temperatura, pois nem toda a energia que entrou sairá. Esta pode ser considerada uma analogia para o efeito estufa global. Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o vapor d'água (H2O) funcionam como uma cortina de gás que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, impedindo que a energia do sol absorvida pela Terra durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra (onde o ar é mais denso), o que faz com que a temperatura média do nosso planeta seja em torno de 15°C. A esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome de efeito estufa. Se não existisse o efeito estufa a temperatura média na Terra seria em torno de –15°C e não existiria água na forma líquida, nem vida.


Se o aquecimento da Terra pelos gases estufa permite que o nosso clima seja mais ameno, então por que nos preocupar com o efeito estufa? O grande problema é que o efeito estufa está aumentando muito rapidamente neste último século, pois está havendo uma alta emissão de gases como gás carbônico, metano e óxido nitroso para a atmosfera. A principal fonte de gás carbônico é a queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina, diesel) e as queimadas das florestas. Nestes últimos 140 anos, a temperatura do nosso planeta aumentou em média 0,76 oC. Pode parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para abalar o clima do planeta. Pesquisadores do Reino Unido observaram que o aumento da temperatura naquele país fez com que a atividade microbiana do solo aumentasse, aumentando assim a emissão de CO2 que estava retido no solo. O chamado IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernamental Panel on Climate Change), conta com a participação de cerca de 2500 cientistas e técnicos que tem como objetivo avaliar e relatar as variações climáticas e impactos ambientais de forma objetiva e compreensível. As avaliações do IPCC são utilizadas mundialmente pelos tomadores de decisões (no nível político) e cientistas. As projeções do órgão são dependentes de como todos os países e pessoas individualmente atuarão para minimizar as emissões de gás carbônico. Portanto, as projeções são variáveis, e o aumento de temperatura para o final do século XXI pode ser em média de 1,8 (na melhor das hipóteses) a 4,0 oC (no pior cenário). O nível do mar pode subir de 18 a 59 cm. Além do aumento da temperatura global também foi registrado que o nível do mar subiu em média 17 cm no século XX, levando a grandes inundações de terra. Uma população inteira de uma Ilha do Pacífico checou a ser evacuada, fazendo com que seus habitantes perdessem seus lares e suas identidades culturais. (Elevação do nível do mar força evacuação de Ilha-Nação).

terça-feira, 23 de junho de 2009

TABELA PERIÓDICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


No ensino médio, em grande parte das escolas a tabela periódica é trabalhada de maneira a ser um glossário de informações úteis, não como uma construção histórica da ciência e um guia com referência às características dos elementos químicos. Pois as propriedades gerais são muito mais valorizadas que o conhecimento dos elementos em si.
Buscando aumentar o nível cognitivo dos alunos em detrimento dos conteúdos cuja prendizagem é mecânica, bem como trazer a utilização dos elementos e seus efeitos nocivos ao meio ambiente propôs-se uma ação multidisciplinar sobre a tabela periódica utilizando como exemplo o efeito dos metais pesados, em especial o mercúrio, na cadeia trófica com o auxílio da biologia, para contextualizar os efeitos da Química no ambiente.O trabalho sugere uma abordagem integradora de conhecimentos para que dessa forma os alunos possuam um melhor embasamento para serem cidadãos mais aptos a exercer suas funções de fiscalizadores e agentesmantenedores do meio ambiente.

Um dos questionamentos mais freqüentes dos alunos do ensino médio diz respeito a utilidade do que está sendo ministrado em sala de aula, dúvida muito importante para o desenvolvimento de um espírito crítico. Mas tal pergunta ou é ignorada pela maioria dos professores ou não é respondida a contento, pelos mais diversos motivos.
O presente trabalho é uma tentativa de desenvolver uma noção de causa e efeito com a química do elementos, enquanto sua disposição na tabela periódica, em especial os metais pesados, de sua utilização e os problemas ambientais causados por eles. Valendo a pena ressaltar que entende-se meio ambiente como sendo o meio natural, com suas relações bióticas e abióticas, e as interações sócio-culturais dos seres humanos.

organizado da vida do aluno, para que se crie um grau de significância para o conhecimento e o mesmo não permaneça sem um ancoradouro mental. Sabe-se que tal posição encontra barreiras no conteudismo das escolas, dos pais e dos próprios alunos, movidos pelo crescente flagelo que constitui o vestibular, tal assertiva é confirmada pela maioria dos alunos, pois quando inquiridos sobre sua prioridades, perseguem como objetivo primário passar no vestibular e como objetivo secundário aprender. Tal visão torna ainda mais difícil o trabalho do professor pelas pressões exercidas pela sociedade. A abordagem dada à tabela periódica no ensino médio é estritamente decorativa e mecânica, pois a grande maioria dos alunos é “adestrado” para utilizar a tabela, decorando símbolos, variações de propriedadas e números que isolados não fazem qualquer sentido para a construção do conhecimento. Desta maneira a tabela é vista como um compêndio de dados para a resolução de problemas exclusivamente teóricos. Não que a tabela não tenha esse fim, mas tal reducionismo é subestimar a razão de existir da tabela periódica.
A tabela periódica como é abordada para o ensino médio privilegia apenas os elementos das ditas famílias “A” da tabela periódica pela antiga recomendação da IUPAC. Tal fato é explicado pelos elementos classificados como representativos seguirem perfeitamente as leis periódicas, conteúdo amplamente cobrado em vestibulares. Mas o cotidiano dos alunos não é apenas cercado dos elementos representativos, os elementos ditos de transição, que são a maioria na tabela periódica, estão firmemente relacionados com a vida diária de todas as pessoas.
É sabido que a química dos elementos representativos é complexa e não é objetivo desse trabalho que se busque conteúdos de nível superior para o ensino médio. Acredita-se que tal prática deve ser alterada pois enfatiza-se demais propriedades periódicas em detrimento de conteúdos mais significativos sobre os próprios elementos químicos. E tal necessidade vem do desejo de transformar o mundo e transformá-lo para melhor.
Tal chamamento está de acordo com a propósito da educação ambiental pois a poluição do meio ambiente significa compreender e tratar os recursos materiais como bens coletivos indispensáveis à vida e sua reprodutibilidade, então pode-se liga `a ciência ao meio ambiente. Ou seja, a tabela periódica e os metais, principalmente os pesados, sua ocorrência e as formas em que os mesmos podem agredir o meio ambiente.
Vale lembrar que a ciência é uma criação da mente humana, bem como uma necessidade da mesma e nessequadro podemos incluir a tabela periódica pois é uma construção histórico-científica da mesma.


A TABELA PERIÓDICA EM SALA DE AULA


Para que se possa trabalhar a tabela periódica, ou qualquer outro conteúdo, é necessário um trabalho interdisciplinar, pois o conhecimento e os fatos do cotidiano não são compartimentados, sua ocorrência afeta diversas áreas de conhecimento.
Pode-se abordar o caso do mercúrio (Hg), elemento químico conhecido desde a antiguidade e utilizado amplamente nos dias de hoje, a primeira representação são as garimpos mas também está presente na indústria e na agricultura. Pela tabela, podemos visualizar que tanto o mercúrio quantos os demais metais poluidores são ,instáveis e possuem tendência em estar ligados ao invés de isolados, tendência verificada pela maneira com que tais elementos se encontram na natureza, pode-se dessa maneira expandir o conceito puramente propedêutico dado à tabela periódica. Sabe-se que o mercúrio não ocorre naturalmente na fisiologia de qualquer ser vivo, como outros elementos, como o Cádimo (Cd) , chumbo (Pb), Cromo (Cr) e o arsênio (As), este último mesmo não sendo um metal é agrupado junto aos metais pesados pelo seu comportamento, sua presença é muito nociva ao ser humano, quando em suas formas catiônicas e ligados a pequenos grupos carbônicas. Entra em ação a bioquímica, uma associação entre a biologia e a química, pois o mercúrio possui fórmula catiônica Hg2+ e possui uma afinidade química pelo enxofre (S), elemento químico comumente presente em enzimas, entidades bioquímicas que controlam a velocidade de reações metabólicas importantes no corpo humano. Tal reação pode ser descrita pela equação (1)


2 R—S—H + Hg2+ ® R—S—Hg—S—R (1)
Em que se entende por “R” um grupamento carbônico que pode variar de acordo com a enzima.
Tais complexos formados pela reação (1) são estáveis, que impede a atuação ótima das enzimas, que porconseqüência causarão prejuízos ao organismo humano.
Outro fato que raramente é lembrado, ou ligado a tal questão é a crise energética. Pois o problema com a baixa dos reservatórios causado em parte pelo desmatamento em conjunto com assoreamento dos rios tem implicação direta na utilização direta dos metais pesados, pois as lâmpadas incandescentes que consomem mais energia, são substituídas por lâmpadas fluorescentes, que consomem menos, mas utilizam mercúrio para gerar luz e tais lâmpada sem o devido aterro para seu descarte contaminam o solo, os lençóis freáticos, o ar e todos os níveis da cadeia trófica, pelo seu caráter bioacumulativo. Tal polêmica mostra com clareza a ação do homem no meio e sobre ele mesmo trazendo a tona inclusive o modo de vida e a visão de mundo de produção capitalista e principalmente o sentido de obsolescência material incutido no mesmo gerador de um consumismo desdefreado.

Tal exemplo pode ser expandido para diversos elementos, inclusive para aqueles que não se enquadram na categoria dos metais pesados, suscitando uma discussão, dessa maneira fazendo com que a escola constitua seu papel formativo e informativo, bem como ajudar a formar cidadãos críticos e capazes de pensar e escolher um ambiente mais saudável para os mesmos.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ambiente Informatizado





O ambiente informatizado é um espaço onde alunos e professores aprendem juntos e podem aplicar de forma divertida e interessante o que trabalham em sala de aula. modernos computadores com acesso à internet e kit multimídia, recursos disponíveis facilita aos alunos e aos professoresa trabalhar com conteudos interdiciplinar. Nesse ambiente,os usuários realizam pesquisas na internet, digitam textos e os mais novos aprendem a lidar com o computador através de programas infantis, envolvendo matemática, letras do alfabeto, cores e desenhos, etc. O Ambiente Informatizado deve proporcionar ao professor e aos alunos todas as facilidades para que os objetivos sejam atingidos, oferecendo a possibilidade de trabalhar com metodologias alternativas e, principalmente, centralizando esforços na elaboração e execução de um planejamento estratégico conjunto, para todos os níveis de processos e relações a serem produzidas, certificando-se da criação de um espaço sadio.

Tecnologias Limpas, Replicáveis e de Baixo Custo




Menos Empacto Ambiental
Alcançar o tão sonhado “impacto ambiental zero”, num mundo cada vez mais populoso e caracterizado pelo crescimento desordenado, soa como uma utopia. Porém – e, felizmente - a tecnologia avança também para os lados do meio ambiente. As chamadas Tecnologias Limpas são pouco divulgadas, embora estejam ao alcance de todos e sejam bastante eficazes para a preservação da natureza. Devido às crescentes preocupações em torno do futuro ecológico do planeta, diversos métodos e tecnologias foram desenvolvidos com a finalidade de reduzir ou eliminar os desperdícios e resíduos gerados no dia-a-dia. Trata-se de um novo mercado que vem ganhando espaço e promete ocupar o setor de tecnologias do futuro, uma vez que suas ferramentas serão fundamentais para o tão sonhado desenvolvimento sustentável.
Os equipamentos que garantem a preservação da natureza vão desde produtos simples que podem ser utilizados em residências, até grandes invenções voltadas para empresas, capazes de gerar benefícios para o ar, solo e água de toda uma região. Excelentes alternativas para empresas que, de alguma forma, interferem no meio ambiente, essas tecnologias proporcionam maior preservação da natureza, qualidade de vida das comunidades em seu entorno, além de garantirem uma imagem politicamente correta da empresa. Se estes argumentos não são suficientes para incentivar a adoção de uma produção mais limpa, especialistas da área ambiental se animam ao constatar que as empresas podem ser atraídas por outro aspecto: a contenção de gastos.
Para resolver a questão do tratamento de esgoto, por exemplo, já existem sistemas, através dos quais tanques são instalados para o tratamento da água. Eles permitem sua reutilização para outros fins, como irrigação de jardins, limpeza, sistema de ar condicionado, entre outros. Assim, a economia é duplamente vantajosa: para a natureza e para os bolsos.
Ótimas para o desenvolvimento de cursos e oficinas sociais, a Saber pensar prioriza a capacitação em tecnologias limpas que sejam simples, replicáveis e de baixo custo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A perspectiva dialógica em Freire



Para Freire ;o homem é um ser de relações que, desafiado pela natureza, a transforma com seu trabalho, criando o mundo da cultura. E ao criar o mundo do trabalho e da cultura ele se percebe historicamente imerso na contradição opressores-oprimidos, advindo daí a necessidade de sua superação.É impossível, na perspectiva freireana, compreender o pensamento fora de sua dupla função: cognoscitiva e comunicativa.

A intersubjetividade ou a intercomunicação é a característica primordial deste mundo cultural e histórico. Daí que a função gnosiológica não possa ficar reduzida à simples relação do sujeito cognoscente com o objeto cognoscível. Sem a relação comunicativa entre sujeitos cognoscentes em torno do objeto cognoscível desapareceria o ato cognoscitível (Freire, 2001).

Em vista disso, a educação é concebida como um ato político e de comunicação - e não de extensão -, pois a comunicação “implica uma reciprocidade que não pode ser corrompida” (Freire, 2001, p. 67).
Comunicação é educação, é diálogo, “na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (Freire, 2001).

Na visão de Freire a educação está inserida na sociedade – e não descolada para ela e reduzida a uma função capitalista de mero treinamento/ajustamento para o trabalho. O capitalismo faz uma educação do tipo “bancária” que representa “a inconciliação educador-educandos”.

No momento em que o educador “bancário” vivesse a superação da contradição já não seria “bancário”. Já não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria a sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação. (Freire, 1987). Sob essa ótica, a educação serviria para auxiliar o processo de transformação, de mudança. No livro Medo e Ousadia, Freire e Shor afirmam:

O educador libertador tem que estar atento para o fato de que a transformação não é só uma questão de métodos e técnicas. Se a educação libertadora fosse somente uma questão de métodos, então o problema seriam algumas metodologias tradicionais por outras mais modernas, mas não é esse o problema. A questão é o estabelecimento de uma relação diferente com o conhecimento e com a sociedade (Freire e Shor, 1993, p. 48).

Assim, a mudança também se dá a partir do campo da consciência e, mais precisamente, da linguagem. No livro Pedagogia do Oprimido, Freire coloca que: “Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é modificálo.
O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles um novo pronunciar“ (Freire, 1987, p. 78).

Dizer a palavra – que é também trabalho, é práxis, é transformação do mundo - não é privilégio de alguns, mas DIREITO DE TODOS.

(...) o diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. (...) Por isto o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele
é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes.(...).
Sendo fundamento do diálogo, o amor é, também diálogo. Daí que seja essencialmente tarefa de sujeitos e que não possa verificar-se na relação de dominação. Nesta, o que há é patologia de amor: sadismo em quem domina; masoquismo nos dominados. Amor, não (Freire, 1987, p. 78-80).
Freire atribui ao diálogo amoroso a chave da emancipação, mas não um diálogo amoroso qualquer, e sim um diálogo que seja a expressão da reflexão e da ação, ou seja, da práxis; pois para ele a realidade “é funcionalmente domesticadora. Libertar-se de sua força exige, indiscutivelmente, a emersão dela, a volta sobre ela. É por isso que só através da práxis autêntica que, não sendo um "blá-blá-blá", nem ativismo, mas ação e reflexão, é possível fazê-lo” (Freire, 1987, p. 38).
É por meio de um autêntico diálogo amoroso, crítico e reflexivo que se dá o processo de conscientização e de humanização, fim último da educação, que, para Freire, ocorre quando o homem, distanciando-se de seu Contudo, a conscientização não significa dissertar sobre conteúdos e doar aqueles saberes que nada têm a ver com os anseios, desejos, necessidades, esperanças e temores do povo. Para que haja uma comunicação real e não alienadora entre educador e educando é necessário que se estabeleçam, de comum acordo, aqueles conteúdos (temas geradores) que serão trabalhados; e esse processo investigativo implica uma metodologia que não pode contradizer a dialogicidade da educação libertadora.
Descobrir os temas geradores implica reconhecer-se como homens que são, ao mesmo tempo produtos e produtores da história e, conseqüentemente, seres inacabados, e, por outro lado, reconhecer a existência daquilo que Vieira Pinto (apud Freire, 1987, p. 90) “chama de 'atos limites' – aqueles que se dirigem à superação e à negação do dado, em lugar de implicarem sua aceitação dócil e passiva”.
Nessa perspectiva, Freire considera essencial que o educador dialógico, atuando como membro de equipe interdisciplinar, contribua para problematizar esse universo temático recolhido na investigação, ao invés de simplesmente devolvê-lo como dissertação aos homens de quem o recebeu. Em vista disso, critica o elitismo das lideranças sobre as massas oprimidas, mesmo em situações ditas revolucionárias, pois não é revolução o que na prática se configura como dominação. Para ele uma liderança que não seja dialógica está mantendo o “dominador” dentro de si mesma, como uma sombra.
A nosso ver, essa é uma grande dificuldade para todos os educadores, pois, tanto resencialmente quanto em ambientes mediatizados por alguma tecnologia, o educador encontra-se numa situação de liderança, o que, desafiadoramente, constitui essa sombra que cria obstáculos à dialogicidade entre os sujeitos da aprendizagem. Diante disso é necessário um olhar vigilante, amoroso e atento sobre nós mesmos, se queremos, de fato, sermos transformadores.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tecnologias de Informação: O professor eletrônico


Hoje a Internet que modificou a comunicação no mundo está cada vez mais ao nosso redor, intervindo em nossa vida nas perspectivas: política, económica, lazer, investigação, comércio e serviços on line, educação, enfim, nas mais variadas áreas da sociedade.
Sendo assim, podemos afirmar que o computador difere de outros recursos utilizados no ensino pela vastidão de oportunidades que oferece, sendo extremamente complexo falar da competência desse meio.
O computador é um valioso instrumento para desenvolver projetos, para trabalhar temas generantes ou qualquer outro tipo de abordagem educativa. Assim, é importante que os alunos compreendam os recursos tecnológicos como alternativas possíveis para a realização de determinadas tarefas. Para tanto, o educador necessita desenvolver um ambiente de aprendizagem em que os educandos possam ter determinação, resolver problemas, possibilidades para alinhar erros e criar conclusões pessoais.
Há diversos meios de pesquisas de informações, a mais determinante é a World Wide Web (WWW) e a Internet é a mais utilizada. A WWW é um sistema de gestão de informação apoiado em hipertexto, num sistema chamado (HTML) e usando um protocolo especifico (HTTP), adequando informações sobre muitos temas.
O professor utiliza um recurso tecnológico, possibilitando que os alunos assimilem práticas sociais que usam tecnologias e sendo assim, criem atitudes para se correlacionam com a “Tecnologia da Vida”.
Os computadores podem ser utilizados no ensino para ajudar, reforçar e motivar a aprendizagem das disciplinas curriculares. No sistema de educação, o computador, especificamente a internet, convocou um enorme manancial didáctico, propiciando a busca de dados contidos em bibliotecas, universidades, livrarias, pesquisadores de admiradas instituições dos mais variados cantos do mundo.
A educação nunca mais será a mesma e por isso vários educadores estão sendo obrigados a modificar sua maneira de leccinar. O mercado de trabalho, as universidades, os pais dos alunos exigem uma formação escolar que torne os jovens capazes de analisar uma quantidade cada vez maior de informação. Não existe hoje, fonte mais ampla de dados.
Muitos autores têm chamado à atenção para a exigência da Internet na educação. Gokhale (1995, apud MOURA, 1998 p.129-177) acredita que a aprendizagem cooperativa dá aos alunos a adequação para entrar em discussão com os outros, tomar o ajuste pela própria aprendizagem, e assim torná-los capazes de pensamento crítico.
Ellsworth (1997, in MOURA, op.cit.) observa que vivemos numa sociedade apoiada na informação, precisando-se a capacidade da conquista e análise dessa mesma informação. Desta forma, o mundo contemporâneo determina que o homem seja capaz de pensamento crítico e capaz de resolver problemas.
Moura, (1998) ressalta além de ser uma óptima e importante fonte de informação, a Internet proporciona a interacção com os outros, ou seja, o atributo de opiniões, sugestões, críticas, e visões alternativas. Na escola, o computador e a utilização da Internet não poderá deixar de ter enorme consideração pedagógica de acordo com este autor:
"A Internet faz hoje parte do nosso mundo, incluindo o espaço escolar, e a educação não pode passar ao lado desta realidade. Este novo recurso põe à disposição um novo mar de possibilidades para novas aprendizagens, permite a interacção com outras pessoas das mais variadas culturas, possibilita o intercâmbio de diferentes visões e realidades, e auxilia a procura de respostas para os problemas. Ela é um excelente recurso para qualquer tipo de aprendizagem, em particular nas aprendizagens em que o aprendente assume o controlo". (MOURA, 1998 op.cit.).
Valzacchi, (2003) ressalta que a utilização do computador como um material didáctico, especificamente a Internet, pode chegar a ser muito produtivo:
"Aprender a aprender e a desenvolver a criatividade são habilidades críticas na sociedade onde o conhecimento se renova com velocidades inesperadas".
"Através de diálogos entre os pares, entre alunos e professores ou em comunidades de aprendizes".
"Este repensar da perspectiva educativa incide largamente na relação entre a Internet a aprendizagem, toda vez que se faz uso desse meio, se use predominantemente para fazer a diferença (novo paradigma, actuar sobre objectos de conhecimento e interagir entre grupos de pessoas), tomando como marco o global, mas sem perder de vista o local. Os currículos globais começam a ser cada vez mais uma crescente preocupação dos educadores das organizações". (VALZACCHI, 2003 p.129-177).
Ajustando com Garcia, quando regista que as escolas hoje estão muito fora do contexto do uso das tecnologias da informação em relação aos outros fragmentos da sociedade (GARCIA, 1997, p.5). Exige-se, dessa maneira, inteirar a escola com os recursos cedidos pelo computador ligados à internet auxiliando na qualidade do ensino e da aprendizagem. Utilizar o uso da Internet como preciosa ferramenta de aprendizagem na pesquisa, proporciona aproximação e comunicação entre alunos e professor, acordando com Moran, (2001) quando afirma que podemos alterar a forma de leccionar:
"Com flexibilidade procuramos adaptar-nos às diferenças individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais. [...] Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espácio-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação". (MORAN, 2001 p.29).
Conforme Moura, (1998) " a Internet, e em especial a World Wide Web (WWW), torna-se um "recurso valioso que é necessário aproveitar, tendo especial importância nos projectos de aprendizagem [...] (MOURA, 1998 p.129-177) ”.
Uma teoria que nos mostra como, por exemplo, introduzir a pedagogia de pesquisas no ensino fundamental foi descoberta por Martins, (2001). O autor desenvolve uma proposta pedagógica com base na teoria de que é fundamental motivar e envolver o educando para que sua formação e ensino sejam significativos:
“ [...] os alunos participem e se envolvem em seu próprio processo de aprendizagem e o compartilhem com outros colegas, como também exijam que o professor enfrente desafios de mudanças, diversificando e reestruturando, de forma mais aberta e flexível, os conteúdos e escolares". (MARTINS, 2001 p.18).
Unir então, o rico manancial de informações que temos na internet à pedagogia de projectos e pesquisas, afirmamos o que Gardner, citado por Smole, disse “que o propósito da escola deveria ser educar para a compreensão e para ajudar os alunos a encontrar o seu próprio equilíbrio (SMOLE, 1999, p.19) ”.
Perini (2001) ressalta a ausência de uma devida competência dos alunos e a falta de projectos de pesquisas no ensino básico como promotora de criatividade e de busca a novos caminhos na construção do saber e como formadora de consciência perante os fatos. (PERINI, 1996 in MARTINS, 2001 p.44).
A afirmação de Perini (2001) demonstra a actual fase que se encontra a escola, pois encontramos ainda uma didáctica tradicional baseada na transferência dos conhecimentos pelo educador e impondo aos alunos a memorização desses conhecimentos. Com isso, afirmamos que, a pesquisa poderá contribuir para a formação de uma escola moderna com uso de novas tecnologias de informação e comunicação condizendo o que pais e alunos de hoje esperam do ensino e da instituição escolar: uma escola moderna, preparada, dinâmica, que estimulam educandos e educadores na construção colectiva e busca do conhecimento. Isabel Borrás, (1996 apud VALZACCHI, 2003, pp. 228-230) ressalta a utilização de Internet como forte aliada e valioso material didáctico para a aprendizagem, de acordo com os princípios de três teorias: Construtivismo, Teoria da Conversação, e a Teoria do Conhecimento Situado.
Actualmente a teoria do construtivismo e a construção em torno da aprendizagem construtivista têm levantado considerável interesse. Segundo Bodner, (sd, apud VALZACCHI, 2003, pp.223-245) o exemplo construtivista de conhecimento pode ser categórico com a seguinte frase: "O conhecimento é construído na mente do aprendiz". Partindo da teoria construtivista, os dados que notamos com nossos sentidos e os esquemas cognitivos que usamos para conhecer esses dados e informações existem em nossa mente.
Porém , não podemos nos esquecer de que o computador também pode ser uma fonte pra deixar os alunos “preguiçosos” como pesquisadores. Sabemos que a Internet tem muito lixo, muita informação repetida, banalidades e também muito marketing. Tudo isso deixa os alunos um tanto dispersos.
Para ensinar os alunos pesquisar seriamente é necessário que o educador age mediando acções pedagógicas o que faz da educação uma função activa de aprendizado colectivo numa relação mais socializada e humana. Defende-se a utilização da Internet como rico material didáctico, fonte de aprendizado significativo, e aperfeiçoar a prática pedagógica dentro deste novo contexto educacional que se espera da escola moderna e que tenha um projecto pedagógico antes de se “aliar” ao computador. Esse processo de liberdade para pesquisas com o computador, por exemplo, obriga muitos mestres a abrir mão do privilégio de ser os detentores exclusivos e únicos do conhecimento.
Sabemos que o bom profissional nos dias atuais define-se pela capacidade de encontrar e associar informações, de trabalhar em grupo e de se comunicar com desenvoltura e a utilização do computador como material didáctico no meio educacional é pertinente e pode contribuir com a formação destes futuros profissionais.
Assim a escola deve articular e promover metodologias novas utilizando os computadores ligados à Internet auxiliando na aprendizagem. Parte-se do princípio de que "escola já não é a primeira fonte de informação para os alunos e que o professor também não é mais a única fonte de informações e conhecimentos para os alunos construírem conhecimentos significativos" (POZO, 2004, p.10).
A utilização da Internet para o desenvolvimento de pesquisas oferece ao professor uma ajuda para promover iniciação a nova cultura da aprendizagem: da informação ao conhecimento.
O estudante terá futuro, se souber lidar com imprevistos e adaptar-se às mudanças, fazer suas pesquisas e interpretar dados. Os educadores têm que prepará-los para isso, preparando os ambientes digitais de aprendizagem e de acordo com Almeida, "Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação (ALMEIDA, 2003 p. 332)".

referêcia: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=365572

Sobre ambientes virtuais de aprendizagem



http://hermes.ucs.br/lavia/introduc_livro.html

A expressão “ambientes virtuais de aprendizagem” (AVA) tem sido utilizada, de modo geral, para se referir ao uso de recursos digitais de comunicação utilizados para mediar a aprendizagem. O desejo de investigar a aprendizagem em ambientes desse tipo reuniu um grupo de professores de diferentes áreas, que conceberam o Laboratório de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – Lavia (www.ucs.br/lavia). Esse grupo interdisciplinar de pesquisa está cadastrado na base de dados do CNPq e tem por objetivo desencadear mudanças epistemológicas e pedagógicas no contexto do ensino superior mediante o uso de tecnologias da comunicação e informação. Ao longo de seus estudos, o grupo Lavia construiu uma concepção de ambientes virtuais de aprendizagem a partir da voz de diferentes pesquisadores.Nessa fase de estudos, nosso entendimento de AVAs vai além da idéia de um conjunto de páginas educacionais na Web ou de sites com diferentes ferramentas de interação e de imersão (realidade virtual). Entendemos que um ambiente virtual de aprendizagem é um espaço social, constituindo-se de interações cognitivo-sociais sobre ou em torno de um objeto de conhecimento: um lugar na Web, “cenários onde as pessoas interagem”, mediadas pela linguagem da hipermídia, cujos fluxos de comunicação entre os interagentes são possibilitados pela interface gráfica. O fundamental não é a interface em si mesma, mas o que os interagentes fazem com essa interface. Nesse sentido, o plano pedagógico que sustenta a configuração do ambiente é fundamental para que o ambiente possa ser um espaço onde os interagentes se construam como elementos ativos, co-autores do processo de aprendizagem. O conjunto de atividades, estratégias e intervenções que levam os interagentes a construir e a se transformar juntos é o que há de mais específico aos ambientes virtuais de aprendizagem. No entanto, os interagentes não estão restritos ao uso de informações do ambiente ou da Web, eles se tornam produtores de informação, eles “entram no jogo”. Textos e páginas da Web não são os únicos produtos que podem ser construídos juntos. Podem ser criados programas de computador, objetos gráficos e até mesmo o próprio ambiente. Sob esse ponto de vista, uma “atividade de aprendizagem” em ambientes virtuais de aprendizagem refere-se a algo mais rico do que a um conjunto de tarefas a serem cumpridas: refere-se a atividades que vão emergindo a partir do processo de aprender.


Assim, a expressão "ambiente virtual de aprendizagem" está relacionada ao desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções de aprendizagem num espaço virtual na Web, organizado de tal forma que propicie a construção de conceitos, por meio da interação entre alunos, professores e objeto de conhecimento. Importante é destacar que um AVA não precisa ser um espaço restrito à educação a distância. Embora freqüentemente associado à educação a distância, na prática, o ambiente virtual é também amplamente utilizado como suporte na aprendizagem presencial. O principal desafio do grupo de pesquisa Lavia está sendo a construção de uma base teórica comum, que fundamente e sustente o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem, que considere os aprendentes e ensinantes em sua multidimensionalidade, com seus diferentes estilos de aprendizagem e suas diferentes formas de resolver problemas e de perceber a realidade; que conceba o fenômeno educativo em seus aspectos biológico, psicológico e social; que leve em conta a interdependência entre os processos de pensamento e de construção do conhecimento; que promova a visão de contexto, sem separar o homem do seu ambiente e de seus relacionamentos, auxiliando-o a perceber o mundo como uma teia sistêmica e interligada.


terça-feira, 2 de junho de 2009

Vygotsky e a Educaçâo


Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e dependem de processos de aprendizagem.Mediação: uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enquanto sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações.O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória, percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse, necessidade, impulso, afeto e emoção.A interação social e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento.Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial ) nas quais as interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações intra-pessoais.Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal.Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. Isso nos mostra os processos pedagógicos como intencionais, deliberados, sendo o objeto dessa intervenção : a construção de conceitos.O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das interações sociais, diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um sistema organizado de conhecimentos.
A aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com outras pessoas.Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do aprendizado.
Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de socio-interacionista, e não apenas de interacionista como Piaget.Piaget coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal ( de origem biológica) do desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e a dimensão histórica do desenvolvimento mental.
Mas, ambos são construtivistas em suas concepções do desenvolvimento intelectual. Ou seja, sustentam que a inteligência é construída a partir das relações recíprocas do homem com o meio.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

LIXO É ALTERNATIVA PARA PRODUZIR ENERGIA


Sabe-se que o lixo gerado pelos homens é uma grande ameaça à natureza e também ao futuro da própria vida humana. Da mesma forma, a demanda por energia vem crescendo a cada ano em todo o mundo, devido a fatores como o crescimento populacional e industrial e aumento do poder de compra em países de economias emergentes. Por essa razão, uma alternativa vem ganhando força entre especialistas. Trata-se da conversão do lixo em energia, o que resolveria em grande escala a problemática da poluição e também evitaria os temidos apagões.

As vantagens são muitas e entre elas estão a diminuição da lotação dos aterros sanitários e lixões, menor produção de gases poluentes e redução de outros riscos ao meio ambiente. A técnica também promoveria menos malefícios à saúde humana (causados pela poluição em geral), geraria mais empregos (nos postos de coletas, nos postos de reciclagem e em usinas), e forneceria energia mais barata do que a habitual.

O aproveitamento de resíduos também é visto como uma alternativa viável para substituir combustíveisfósseis (petróleo, carvão e gás), o que resultaria na redução da emissão de gases poluentes que provocam o tão temido efeito estufa. Os defensores da ação no Brasil garantem que ela ainda seria positiva para a economia, não apenas com o corte de gastos que esta fonte de energia traria, mas também pelos recursos que captaria. A estimativa de pesquisadores do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Climáticas (IVIG) é de que o país poderia vir a arrecadar cerca de 100 milhões de dólares por ano fazendo uso da idéia.

Mas, enquanto nos países europeus, nos Estados Unidos e no Japão, a geração de energia a partir do lixo ocorre desde meados dos anos 1980 e na América do Norte mais de 1.700 usinas estão em funcionamento, no Brasil, a atividade quase não é utilizada. Incentivo não falta. Nos países que aderiram à alternativa, são processadas 130 milhões de toneladas de lixo que geram energia elétrica e térmica para 650 instalações. Os números apontam que esse mercado movimenta cerca de 9 milhões de euros em 15 países da União Européia.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros produzem por dia cerca de 230 mil toneladas de resíduos, sendo que mais de 60% não têm destinação adequada, indo para aterros sanitários irregulares e leitos de rio. Os estudos mostram que, se o país transformasse tal material em energia, conseguiria implantar em torno de 750 usinas, que forneceriam energia para cerca de 22 milhões de habitantes. Isso porque 200 toneladas por dia do lixo doméstico orgânico permitem a implantação de uma Usina Termelétrica com capacidade de atender uma população de 30 mil habitantes.

Há um único empecilho. Especialistas em meio ambiente alertam: a geração de energia a partir dos resíduos urbanos é uma alternativa que traz muitos benefícios, principalmente para a questão energética, mas não é a solução. Segundo eles, é inegável a importância de colocar a reciclagem como primeira opção quando se trata de preservação, afinal reciclando é possível poupar o dobro da energia que seria produzida pela mesma quantidade de lixo convertida.