sexta-feira, 29 de maio de 2009

EXERCÍCIO DO DIÁLOGO, DA AUTONOMIA E DA CAPACIDADE


Diante da possibilidade de mudança da prática docente, os professores são desafiados a exercitar o diálogo, como forma de explicitar claramente o pensamento sobre as pretensões relativas à aprendizagem esperada dos alunos. Além disso, o diálogo constitui-se como pressuposto para a vivência da pesquisa em sala de aula, resultando daí sua importância na comunicação do desejado. Por isso, a importância do professor estabelecer com os alunos uma comunicação adequada, que seja reveladora de suas intenções e sem a presença de imposições. A mesma deve ser percebida sempre como inacabada, e também com possibilidades de acréscimos de ambas as partes.
A utilização do diálogo é a possibilidade de encontrar as melhores respostas para os problemas que ele próprio, acompanhado de questionamentos, cria e movimenta durante a aprendizagem com pesquisa na sala de aula.
No trabalho com pesquisa em sala de aula, não há como prever os fatos que irão acontecer, e que atitudes podem ser tomadas antecipadamente. Existe a possibilidade de os professores estarem abertos a elas, e de utilizarem o diálogo como técnica permanente e meio de avançar significativamente no trabalho com pesquisa. Diante dessa afirmação, concordamos com Moraes (1998) quando, em um de seus textos, afirma:

A utilização da pesquisa em sala de aula implica em
transformar os encontros entre os sujeitos em oportunidades
de diálogo. Isto possibilitará a construção e
reconstrução de conhecimento, através do permanente
questionamento dos conhecimentos que os componentes
do grupo já possuem. Neste sentido sempre se
partirá do ponto de vista de que todos têm conhecimentos
para se envolverem no diálogo.

Aproveitar os conhecimentos que os alunos possuem e considerar os mesmos como ponto de partida para avançar nas questões da aprendizagem são questões que os professores precisam superar para, assim, desfazer a crença de que “qualquer um pode ser professor, bastando que transmita receitas, imponha moral e cívica, distribua conselhos, dê aula” (DEMO, 1998, p.10). Ultrapassar esse conceito faz parte do desafio aos professores que pretendem alterar o seu fazer docente, através da vivência com a proposta de educar pela pesquisa em sala de aula. Através dessa ultrapassagem, os professores podem constatar a concepção errônea adquirida ao longo da experiência e da vida sobre o ensinar e o aprender.
Os professores precisam compreender que a evolução do conhecimento e a construção do professor são processos contínuos e que, no ato de ensinar, existe o confronto com dificuldades, obstáculos e resistências. É justamente nesse ponto estratégico que os professores precisam apresentar competência para a superação; entendemos, também, que, no encontro com o outro, viabilizam-se os meios para descobrir a melhor alternativa.
Na medida em que os professores avançam com o trabalho de pesquisa em sala de aula, o diálogo passa a ser mais significativo e, com isso, as dificuldades tornam-se menores, embora em nenhum momento desapareçam, já que, a cada passo à frente, surge novo obstáculo. Mesmo assim, é possível sentir-se fortalecido e a idéia preponderante é de que ninguém caminha sozinho no desafio de educar pela pesquisa, mesmo que por caminhos diferentes. São esses caminhos e esses movimentos que permitem aos professores compreender a necessidade de desenvolver nos alunos a capacidade de trabalhar em sala de aula com autonomia.
Através do movimento de procura dos alunos, gerado pelo educar pela pesquisa, as “certezas” dos professores ficam abaladas, pois, em vista disso, precisam se desacomodar, obrigatoriamente, da sabedoria e da certeza, que acreditavam possuir, para poder entender e mediar as necessidades dos alunos, num trabalho com pesquisa. Nesse ponto é que se efetivam, no nosso modo de entender, as ações sobre o recriar da autonomia, do diálogo e da capacidade argumentativa. Ao mesmo tempo, esse processo significa um grande entrave, já que essa efetivação depende do “querer”, do “ter vontade” e da “disposição do professor” em correr os
riscos de assumir as mudanças metodológicas, visando à transformação da sala de aula.
Os diálogos, acompanhados de autonomia, se estabelecem entre professores e alunos, a fim de definir os rumos que pretendem tomar com esses estudos. Igualmente, servem para que eles definam sua utilização, o local onde aplicam e o que cada um dos envolvidos pode fazer a fim de contribuir para efetivar a proposta. Em vista disso, o entorno e as conseqüências da proposta passam a ser discutidas e, nesse ponto, os conteúdos são chamados espontaneamente para auxiliar a esclarecer. Essa situação é desencadeadora de outras e, nesse clima, a proposta efetiva-se, fazendo emergir a presença da interdisciplinaridade de maneira natural e espontânea.
Conseqüentemente, os professores passam a não mais agir para os alunos, mas a interagir com eles. Todos os envolvidos iniciam, dessa forma, a tornar-se sujeitos do processo de ensinar e de aprender. Os professores, com essas ações sentem-se mais confiantes em suas capacidades e competências ao realizar outro tipo de trabalho em sala de aula, ou seja, a alteração da proposta de trabalho em sala de aula.
Há, portanto, necessidade de a escola ser a provocadora das transformações, possibilitando, através dessa postura, que os professores se tornem capazes, primeiramente, de investigar suas ações para, após, possibilitar as mudanças aos seus alunos. Com isso, haverá, então, a oportunidade de mais uma vez realizar o exercício da reflexão/ação; ação/reflexão, como forma de transformar se para transformar a realidade em que vive.
O observar e o ouvir dos professores em sala de aula, bem como o exercício do questionamento recebido dos alunos e devolvido para eles através do diálogo, as anotações, os registros e a elaboração de sínteses, são ações que devem ser trabalhadas pelos professores, com o objetivo de desenvolver a capacidade de argumentação através da proposta de educar pela pesquisa.
Essas ações, o diálogo, a autonomia e a capacidade argumentativa fazem parte do caminho que cada professor deve construir com sua autonomia, ao se propor alterar sua metodologia de trabalho em sala de aula, e é também o que possibilita qualificar as ações docentes, além do professor estar continuadamente revendo suas posições.

Pressupostos teórico-metodológicos utilizados nas experiências


  • Segundo a LDB a "educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Podemos perceber que essas metas não podem ser atingidas com um ensino conteudista, livresco, descontextualizado. Necessita de uma nova visão da educação,uma nova postura do professor. Tudo isso exige uma nova maneira de pensar e organizar as aulas. Optamos por trabalhar com projetos de aprendizagem, pois desde já nosso aluno estará aprendendo e se envolvendo com os primeiros passos da iniciação científica. Também, porque entendemos que aprendendo a organizar um projeto, nosso aluno estará tendo que aprender a se organizar, constituindo isso um importante processo para a construção da sua autonomia.
    Trabalhando com projetos de aprendizagem, estaremos fazendo necessariamente uso da
    pesquisa em sala de aula e isto significa mover-se na insegurança; pois com a pesquisa estaremosnos arriscando a ensinar o que talvez não sabemos. A respeito disso Moraes (2002, p.141) enfatiza que:
    A pesquisa em sala de aula constitui-se numa viagem sem mapa; é um navegar por mares nunca antes navegados; neste contexto o professor precisa saber assumir novos papéis; de algum modo é apenas um dos
    participantes da viagem que não tem inteiramente definidos nem o percurso nem o ponto de chegada; o
    caminho e o mapa precisam ser construídos durante a caminhada.
    Concordamos também com Hernandez (1998) quando afirma que, aquilo que se aprende
    deve ter relação com a vida dos alunos e professores, ou seja, deve ser interessante para eles. O que não quer dizer, como a tradição da escola ativa preconizou, “partir somente dos interesses dos alunos” e muito menos do que “gostariam de estudar ou saber”. O aluno deve perceber a relevância do estudo, associado à valorização do seu eu e das necessidades especiais. O trabalho com projetos de aprendizagem e pesquisa proporciona exatamente isso, aprender coisas que tem relação com a vida dos alunos e professores, exigindo do professor uma postura diferenciada, a de orientador e mediador da aprendizagem. Entendemos que o professor deve e pode interferir na escolha dos temas trabalhados, mas de vez em quando pode deixar o aluno escolher, sempre sob sua orientação.
    Segundo Fagundes, Maçada e Sato:
    A atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e desenvolve um processo de construção de conhecimento, que tem gerado tanto as artes quanto as ciências naturais e sociais (FAGUNDES, MAÇADA, SATO; p. 15).
    Sendo assim, a escola precisa aproveitar essa naturalidade do ser humano para organizar
    projetos incentivando, dessa forma, os alunos pela busca constante de conhecimentos. Envolver os alunos em projetos de aprendizagem e pesquisa significa, permitir-lhes um
    melhor conhecimento de si mesmos e do mundo, estabelecendo relações significativas entre os conhecimentos que já têm e os que são investigados, despertando ainda a curiosidade por outros. A aula transforma-se numa pesquisa, numa indagação crítica sobre os problemas reais, uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada nos quatro pilares, que são segundo Delors (2000), ao mesmo tempo, pilares do conhecimento e da formação continuada:
    Ø Aprender a conhecer - significa ser capaz de aprender a aprender ao longo de toda a vida;
    Ø Aprender a fazer - que pressupõe desenvolver competências para saber se relacionar em
    grupo, saber enfrentar situações e adquirir uma qualificação profissional;
    Ø Aprender a viver juntos - que consiste em desenvolver a compreensão do outro e a
    percepção das interdependências, na realização de projetos comuns, preparando-se para
    gerir conflitos, fortalecendo sua identidade e respeitando a dos outros, respeitando valores
    de pluralismo, de compreensão mútua e da paz;
    Ø Aprender a ser - para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia, expressando opiniões e assumindo as responsabilidades pessoais, enfim para o
    desenvolvimento da pessoa - espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético,
    responsabilidade pessoal, espiritualidade.
    Na medida em que os estudantes são desafiados a encontrarem alternativas para
    solucionarem as dificuldades e para organizarem uma estratégia de pesquisa, vão se tornado autônomos. Segundo Moraes, Ramos e Galiazzi (2004, p. 17) “ajudar os estudantes na construção de seus projetos pessoais de vida e estimulá-los para que tenham suas iniciativas próprias poderia ser uma das funções da escola. Isso significa contribuir para a construção de sua autonomia”. É exatamente isso que o trabalho com projetos de aprendizagem proporciona, incentivando os alunos a terem iniciativas próprias, pois é isso que o mercado competitivo de hoje espera de seus profissionais.
    Segundo Ramos (2002), desenvolver a autonomia dos alunos significa transformá-los de
    objetos em sujeitos, e para que essa transformação ocorra é necessário desenvolver a capacidade argumentativa dos mesmos.
    A competência argumentativa é a capacidade de encontrar caminhos para realizar o que
    projetamos. Para construir a competência argumentativa será necessário envolver os alunos em processos de fala, escrita e o envolvimento dos mesmos em pesquisas.
    Portanto, entendemos que com este trabalho estamos dando um passo para que nossos
    alunos se tornem sujeitos críticos e criativos, capazes de serem autônomos e competentes no
    exercício do argumentar; ou seja, trabalhando com projetos de aprendizagem e pesquisa, estamos contribuindo para desenvolver a autonomia dos alunos, motivando-os a participar ativamente das aulas e a construírem conhecimentos matemáticos mais elaborados.

BIBLIOGRAFIA: http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho158.pdf

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um estudo conceitual e abordagem pedagógica para web-documentário

A pesquisa analisa a constituição da modalidade documentário no espaço
público virtual, procurando identificar os elementos significantes da linguagem de
filme-documentário e sua apropriação pela Internet, por meio da hipertextualidade da
World Wide Web.
A pesquisa exploratória foi realizada com a abordagem conceitual do filmedocumentário
e sua transversalidade para a web, procurando elencar características e
critérios de produção e análise. Por meio de uma amostra com cinco websites, foi
produzida uma inferência buscando explicitar os fragmentos da modalidade.
Na segunda etapa do trabalho, procurou-se identificar os mecanismos de
avaliação formulados em atividades de experimentação entre alunos de graduação,
visando a utilização do recurso web-documentário para atividade de pesquisa
temática.
Para alargar o conhecimento e a compreensão humana sobre os problemas e
soluções da realidade objetiva, por meio do registro no ambiente web e, a partir da
análise de aspectos de linguagem do documentarismo e das ferramentas técnicas
disponíveis na Internet, foi concebido na Pontifícia Universidade Católica de Campinas
o curso de Práticas de Formação denominado ‘Introdução ao Web-documentário: para
entender a nova ferramenta da Internet’, no primeiro semestre de 2003.
O estudo aborda, portanto, a experiência didádico-pedagógica de utilização do
web-documentário como recurso para atividades de ensino. Nesse contexto, o objeto
do estudo é a análise dos fatores que contribuem para a formulação de uma
linguagem do web-documentário e sua aplicabilidade no nível do processo de ensinoaprendizagem.
Os resultados apontam as características da nova modalidade de documentário
e os benefícios de sua produção/utilização para atividades didático-pedagógicas. O
estudo revela, ainda, o web-documentário como um instrumento/linguagem de
armazenamento da história e registro factual da realidade por meio do uso de recursos
tecnológicos e hipertextuais com suporte na rede mundial de computadores (Internet).

terça-feira, 5 de maio de 2009

A importância da Química na Nossa Vida

A Química é uma ciência experimental, cujos reflexos se percebem, através de distintas maneiras em nossa vida cotidiana. Essa grande ciência está presente ativamente em vários setores de nossa modernidade. São eles: combustíveis, plásticos, tintas, saúde, alimentos, petroquímica, corantes, adesivos, bebidas, materiais de limpeza, etc. Sabendo aproveitá-la do melhor modo possível, nos trará grandes benefícios, como o a aperfeiçoamento dos confortos humanos, declínio do número de mortes devido a evolução da medicina. Ao contrário, com base na extração inadequada das substâncias químicas existentes na natureza e visando somente interesses políticos e econômicos, sem se preocupar com efeitos indesejáveis e prejudiciais, ocasionarão doenças e morte de vidas aquáticas, tendo como principal causadora a poluição.

Através disso, comprovamos que essa ciência está presente em praticamente tudo que aproveitamos para viver. Basta notarmos embalagens de alimentos, rótulos de produtos de limpeza, etiquetas de roupas, bulas de remédio, os quais indicam que contêm substâncias químicas envolvidas. Muitas empresas ainda querem iludir uma boa parte da população, insistindo em vender alimentos isentos de química, uma grande inverdade, pois tudo que existe no mundo é formado por matéria química.

Observando nossas atividades diárias, verificamos que ao escovarmos os dentes, nos alimentos, quando utilizamos um meio de transporte, quando necessitamos de algum medicamento, ao ouvirmos uma musica, ao usarmos substâncias que permitem a limpeza e higienização de nossos ambientes, quando trajamos roupas, quando vamos ao supermercado, etc. Em tudo que acabamos de mencionar e muito mais, existem produtos com substâncias químicas. Como realizaríamos estas e muitas outras ações mencionadas sem empregar princípios, materiais ou elementos químicos? Certamente seria impossível e esse trajeto inatingível. Não usaríamos o flúor, o bicarbonato de cálcio, componentes do creme dental. Haveria falta de certos nutritivos devido a carência de alguns elementos químicos essenciais. Sem a extração de respectivas substâncias químicas na natureza não teríamos o remédio. Sem as reações químicas que ocorrem na pilha que se transforma em corrente elétrica, nossos eletrônicos não funcionariam. Com a ausência de detergentes, alvejantes, desinfetantes, nossos lares não seriam tão limpos. A confecção de roupas seria irrealizável sem o algodão e a lã. No supermercado, a maioria dos produtos provém de de indústrias químicas, sem estas provavelmente só venderiam produtos adquiridos diretamente da natureza. Em nossas casas existem também muitos materiais químicos, principalmente no tijolo, na areia, no cimento, na madeira, no vidro, etc.