sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pressupostos teórico-metodológicos utilizados nas experiências


  • Segundo a LDB a "educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". Podemos perceber que essas metas não podem ser atingidas com um ensino conteudista, livresco, descontextualizado. Necessita de uma nova visão da educação,uma nova postura do professor. Tudo isso exige uma nova maneira de pensar e organizar as aulas. Optamos por trabalhar com projetos de aprendizagem, pois desde já nosso aluno estará aprendendo e se envolvendo com os primeiros passos da iniciação científica. Também, porque entendemos que aprendendo a organizar um projeto, nosso aluno estará tendo que aprender a se organizar, constituindo isso um importante processo para a construção da sua autonomia.
    Trabalhando com projetos de aprendizagem, estaremos fazendo necessariamente uso da
    pesquisa em sala de aula e isto significa mover-se na insegurança; pois com a pesquisa estaremosnos arriscando a ensinar o que talvez não sabemos. A respeito disso Moraes (2002, p.141) enfatiza que:
    A pesquisa em sala de aula constitui-se numa viagem sem mapa; é um navegar por mares nunca antes navegados; neste contexto o professor precisa saber assumir novos papéis; de algum modo é apenas um dos
    participantes da viagem que não tem inteiramente definidos nem o percurso nem o ponto de chegada; o
    caminho e o mapa precisam ser construídos durante a caminhada.
    Concordamos também com Hernandez (1998) quando afirma que, aquilo que se aprende
    deve ter relação com a vida dos alunos e professores, ou seja, deve ser interessante para eles. O que não quer dizer, como a tradição da escola ativa preconizou, “partir somente dos interesses dos alunos” e muito menos do que “gostariam de estudar ou saber”. O aluno deve perceber a relevância do estudo, associado à valorização do seu eu e das necessidades especiais. O trabalho com projetos de aprendizagem e pesquisa proporciona exatamente isso, aprender coisas que tem relação com a vida dos alunos e professores, exigindo do professor uma postura diferenciada, a de orientador e mediador da aprendizagem. Entendemos que o professor deve e pode interferir na escolha dos temas trabalhados, mas de vez em quando pode deixar o aluno escolher, sempre sob sua orientação.
    Segundo Fagundes, Maçada e Sato:
    A atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e desenvolve um processo de construção de conhecimento, que tem gerado tanto as artes quanto as ciências naturais e sociais (FAGUNDES, MAÇADA, SATO; p. 15).
    Sendo assim, a escola precisa aproveitar essa naturalidade do ser humano para organizar
    projetos incentivando, dessa forma, os alunos pela busca constante de conhecimentos. Envolver os alunos em projetos de aprendizagem e pesquisa significa, permitir-lhes um
    melhor conhecimento de si mesmos e do mundo, estabelecendo relações significativas entre os conhecimentos que já têm e os que são investigados, despertando ainda a curiosidade por outros. A aula transforma-se numa pesquisa, numa indagação crítica sobre os problemas reais, uma aprendizagem ao longo de toda vida, fundamentada nos quatro pilares, que são segundo Delors (2000), ao mesmo tempo, pilares do conhecimento e da formação continuada:
    Ø Aprender a conhecer - significa ser capaz de aprender a aprender ao longo de toda a vida;
    Ø Aprender a fazer - que pressupõe desenvolver competências para saber se relacionar em
    grupo, saber enfrentar situações e adquirir uma qualificação profissional;
    Ø Aprender a viver juntos - que consiste em desenvolver a compreensão do outro e a
    percepção das interdependências, na realização de projetos comuns, preparando-se para
    gerir conflitos, fortalecendo sua identidade e respeitando a dos outros, respeitando valores
    de pluralismo, de compreensão mútua e da paz;
    Ø Aprender a ser - para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia, expressando opiniões e assumindo as responsabilidades pessoais, enfim para o
    desenvolvimento da pessoa - espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético,
    responsabilidade pessoal, espiritualidade.
    Na medida em que os estudantes são desafiados a encontrarem alternativas para
    solucionarem as dificuldades e para organizarem uma estratégia de pesquisa, vão se tornado autônomos. Segundo Moraes, Ramos e Galiazzi (2004, p. 17) “ajudar os estudantes na construção de seus projetos pessoais de vida e estimulá-los para que tenham suas iniciativas próprias poderia ser uma das funções da escola. Isso significa contribuir para a construção de sua autonomia”. É exatamente isso que o trabalho com projetos de aprendizagem proporciona, incentivando os alunos a terem iniciativas próprias, pois é isso que o mercado competitivo de hoje espera de seus profissionais.
    Segundo Ramos (2002), desenvolver a autonomia dos alunos significa transformá-los de
    objetos em sujeitos, e para que essa transformação ocorra é necessário desenvolver a capacidade argumentativa dos mesmos.
    A competência argumentativa é a capacidade de encontrar caminhos para realizar o que
    projetamos. Para construir a competência argumentativa será necessário envolver os alunos em processos de fala, escrita e o envolvimento dos mesmos em pesquisas.
    Portanto, entendemos que com este trabalho estamos dando um passo para que nossos
    alunos se tornem sujeitos críticos e criativos, capazes de serem autônomos e competentes no
    exercício do argumentar; ou seja, trabalhando com projetos de aprendizagem e pesquisa, estamos contribuindo para desenvolver a autonomia dos alunos, motivando-os a participar ativamente das aulas e a construírem conhecimentos matemáticos mais elaborados.

BIBLIOGRAFIA: http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho158.pdf

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