Sabe-se que o lixo gerado pelos homens é uma grande ameaça à natureza e também ao futuro da própria vida humana. Da mesma forma, a demanda por energia vem crescendo a cada ano em todo o mundo, devido a fatores como o crescimento populacional e industrial e aumento do poder de compra em países de economias emergentes. Por essa razão, uma alternativa vem ganhando força entre especialistas. Trata-se da conversão do lixo em energia, o que resolveria em grande escala a problemática da poluição e também evitaria os temidos apagões.
As vantagens são muitas e entre elas estão a diminuição da lotação dos aterros sanitários e lixões, menor produção de gases poluentes e redução de outros riscos ao meio ambiente. A técnica também promoveria menos malefícios à saúde humana (causados pela poluição em geral), geraria mais empregos (nos postos de coletas, nos postos de reciclagem e em usinas), e forneceria energia mais barata do que a habitual.
O aproveitamento de resíduos também é visto como uma alternativa viável para substituir combustíveisfósseis (petróleo, carvão e gás), o que resultaria na redução da emissão de gases poluentes que provocam o tão temido efeito estufa. Os defensores da ação no Brasil garantem que ela ainda seria positiva para a economia, não apenas com o corte de gastos que esta fonte de energia traria, mas também pelos recursos que captaria. A estimativa de pesquisadores do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Climáticas (IVIG) é de que o país poderia vir a arrecadar cerca de 100 milhões de dólares por ano fazendo uso da idéia.
Mas, enquanto nos países europeus, nos Estados Unidos e no Japão, a geração de energia a partir do lixo ocorre desde meados dos anos 1980 e na América do Norte mais de 1.700 usinas estão em funcionamento, no Brasil, a atividade quase não é utilizada. Incentivo não falta. Nos países que aderiram à alternativa, são processadas 130 milhões de toneladas de lixo que geram energia elétrica e térmica para 650 instalações. Os números apontam que esse mercado movimenta cerca de 9 milhões de euros em 15 países da União Européia.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros produzem por dia cerca de 230 mil toneladas de resíduos, sendo que mais de 60% não têm destinação adequada, indo para aterros sanitários irregulares e leitos de rio. Os estudos mostram que, se o país transformasse tal material em energia, conseguiria implantar em torno de 750 usinas, que forneceriam energia para cerca de 22 milhões de habitantes. Isso porque 200 toneladas por dia do lixo doméstico orgânico permitem a implantação de uma Usina Termelétrica com capacidade de atender uma população de 30 mil habitantes.
Há um único empecilho. Especialistas em meio ambiente alertam: a geração de energia a partir dos resíduos urbanos é uma alternativa que traz muitos benefícios, principalmente para a questão energética, mas não é a solução. Segundo eles, é inegável a importância de colocar a reciclagem como primeira opção quando se trata de preservação, afinal reciclando é possível poupar o dobro da energia que seria produzida pela mesma quantidade de lixo convertida.
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