quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sobre ambientes virtuais de aprendizagem



http://hermes.ucs.br/lavia/introduc_livro.html

A expressão “ambientes virtuais de aprendizagem” (AVA) tem sido utilizada, de modo geral, para se referir ao uso de recursos digitais de comunicação utilizados para mediar a aprendizagem. O desejo de investigar a aprendizagem em ambientes desse tipo reuniu um grupo de professores de diferentes áreas, que conceberam o Laboratório de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – Lavia (www.ucs.br/lavia). Esse grupo interdisciplinar de pesquisa está cadastrado na base de dados do CNPq e tem por objetivo desencadear mudanças epistemológicas e pedagógicas no contexto do ensino superior mediante o uso de tecnologias da comunicação e informação. Ao longo de seus estudos, o grupo Lavia construiu uma concepção de ambientes virtuais de aprendizagem a partir da voz de diferentes pesquisadores.Nessa fase de estudos, nosso entendimento de AVAs vai além da idéia de um conjunto de páginas educacionais na Web ou de sites com diferentes ferramentas de interação e de imersão (realidade virtual). Entendemos que um ambiente virtual de aprendizagem é um espaço social, constituindo-se de interações cognitivo-sociais sobre ou em torno de um objeto de conhecimento: um lugar na Web, “cenários onde as pessoas interagem”, mediadas pela linguagem da hipermídia, cujos fluxos de comunicação entre os interagentes são possibilitados pela interface gráfica. O fundamental não é a interface em si mesma, mas o que os interagentes fazem com essa interface. Nesse sentido, o plano pedagógico que sustenta a configuração do ambiente é fundamental para que o ambiente possa ser um espaço onde os interagentes se construam como elementos ativos, co-autores do processo de aprendizagem. O conjunto de atividades, estratégias e intervenções que levam os interagentes a construir e a se transformar juntos é o que há de mais específico aos ambientes virtuais de aprendizagem. No entanto, os interagentes não estão restritos ao uso de informações do ambiente ou da Web, eles se tornam produtores de informação, eles “entram no jogo”. Textos e páginas da Web não são os únicos produtos que podem ser construídos juntos. Podem ser criados programas de computador, objetos gráficos e até mesmo o próprio ambiente. Sob esse ponto de vista, uma “atividade de aprendizagem” em ambientes virtuais de aprendizagem refere-se a algo mais rico do que a um conjunto de tarefas a serem cumpridas: refere-se a atividades que vão emergindo a partir do processo de aprender.


Assim, a expressão "ambiente virtual de aprendizagem" está relacionada ao desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções de aprendizagem num espaço virtual na Web, organizado de tal forma que propicie a construção de conceitos, por meio da interação entre alunos, professores e objeto de conhecimento. Importante é destacar que um AVA não precisa ser um espaço restrito à educação a distância. Embora freqüentemente associado à educação a distância, na prática, o ambiente virtual é também amplamente utilizado como suporte na aprendizagem presencial. O principal desafio do grupo de pesquisa Lavia está sendo a construção de uma base teórica comum, que fundamente e sustente o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem, que considere os aprendentes e ensinantes em sua multidimensionalidade, com seus diferentes estilos de aprendizagem e suas diferentes formas de resolver problemas e de perceber a realidade; que conceba o fenômeno educativo em seus aspectos biológico, psicológico e social; que leve em conta a interdependência entre os processos de pensamento e de construção do conhecimento; que promova a visão de contexto, sem separar o homem do seu ambiente e de seus relacionamentos, auxiliando-o a perceber o mundo como uma teia sistêmica e interligada.


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